segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Grupos de oração


Um dos serviços orientados no CIATI e que
 atráves de observações vem apresentando resultados sempre positivos foi a criação de Grupos de Oração, pois além de ser um momento de relaxamento, reflexões e meditações, é um dos momentos em que o idoso se sente de "certa forma" mais reconfortado e seguro de si mesmo. O que por muitas vezes nos leva à uma profunda compreensão das ansiedades e carências de cada um deles.

O efeito de oração, meditação e relaxamento

Uma pesquisa realizada no Duke University Medical Center mostra que, entre pacientes com 60 anos e mais, aqueles que declararam ter qualquer tipo de religião passavam, na média, 11 dias hospitalizados, muito menos do que os que não declararam qualquer tipo de religião que passaram 25 dias. Considerando, apenas, os que vão aos hospitais, os com algum tipo de religião passam menos tempo hospitalizados.

Os religiosos vão ao hospital por motivos menos sérios e, por isso, passam menos tempo? Nada disso: outra pesquisa demonstra que os que iam à igreja (templo, mesquita, sinagoga etc) tinham probabilidade 56% menor de terem sido hospitalizados no ano anterior do que os que iam com menos freqüência. Isso depois de controlar a idade, o funcionamento físico e a seriedade das doenças.

Religião e orçamento

Os idosos se hospitalizam duas vezes mais do que adultos jovens. Os idosos representamos metade das permanências rápidas nos hospitais.Evidentemente, se, como os dados indicam, a religião é um fator de prevenção de doenças e hospitalizações, ela reduz os gastos médicos de maneira considerável, liberando os recursos para outros fins.

Caminhos

Os religiosos tem mais alta probabilidade de serem casados e terem filhos, o que protege contra uma série de males. Orar pode ajudar e muito: baixa a pressão. Eu, pessoalmente, já usei oração, meditação e técnicas de relaxamento muscular para baixar a pressão com muito sucesso. Sabemos que o câncer é uma barra pesada: tente orar, meditar ou relaxar para aliviar essa barra.

Mas afinal, como podemos definir o que é uma oração?

Oração é, basicamente, o ato de falar com Deus. É expressar o que vai no coração e passar algum tempo com Deus. Não é uma atividade em que não há interação — Deus fala, nós ouvimos; nós falamos e Deus ouve o que o nosso coração tem a dizer. A oração pode ser algo estimulante, poderoso e agradável. O enfoque aqui será maior em intercessão, mas o intuito é dar também uma visão geral de outros tipos de oração.

Tipos de oração

A. Agradecimento

B. Petição

C. Persuasão

D. Intercessão



A. Agradecimento – é a oração na qual se agradece a Deus por todas as coisas na sua vida. Devemos dar graças em todas as circunstâncias, agradecendo pela proteção, a provisão, a bênção de Deus e, sobretudo, pelo Seu Filho.

B. Petição – quando pedimos a Deus aquilo que necessitamos nas nossas vidas: “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Dá-nos o que é preciso para sobreviver: um teto sobre as nossas cabeças, um emprego, etc. As petições são, geralmente, em benefício próprio, apresentando ao nosso Pai celeste as nossas necessidades, na certeza de que Ele proverá.

C. Persuasão – oração insistente e cheia de fervor que é feita até que uma reviravolta aconteça, seja na sua vida pessoal, seja na vida de outra pessoa (intercessão). Exemplo: fé para uma cura emocional ou física.

D. Intercessão – é o amor de joelhos, em oração pelos outros. É uma súplica em favor de uma outra pessoa, na qual nos colocamos no lugar, isto é, fazendo orações de confissão, etc., identificando-nos com os pecados daquela pessoa por quem oramos.




 
A ciência prova: a fé ajuda a viver melhor

Artigo de Gláucio Soares que é professor do Instituto Universitário de Pesquisas do RJ (Iuperj). Artigo publicado em “O Globo” 08/04/2005:

Estes últimos dias reviveram a questão religiosa. Muitos perguntam: para que serve a religião? É uma perda de tempo ou acarreta algum benefício, ainda nesta vida? O que dizem as pesquisas sobre os efeitos da religião?

Os resultados surpreendem: os religiosos se consideram mais felizes. Mookherjee mostrou que a participação religiosa influenciava a avaliação da própria felicidade, juntamente com a raça, o estado civil, a educação e a renda.

Sabemos que os cristãos têm uma baixa taxa de suicídio. Porém, Hovey, estudando imigrantes latino-americanos, não encontrou associação entre filiação a esta ou aquela religião e ideações suicidas, mas mostrou que a religiosidade e a frequência da participação na igreja diminuíam as ideações suicidas. Uma regressão múltipla controlou outros fatores e a relação persistiu — forte, significante e negativa.

Os mais religiosos pensam menos em suicídio.

Há fatores sociais associados com a religião. Templos e igrejas são lugares de oração e, também, lugares onde as pessoas se encontram, se conhecem e, eventualmente, se ajudam. Lovell Smith e associados estudaram negros americanos católicos.

Concluíram que a participação nas atividades da igreja e o sentido de comunidade aumentavam a disposição das pessoas em ajudar outras. Mais religiosidade significa preocupação com o próximo, melhor percepção do outro, mais empatia e mais ação, fazer algo para ajudar.

Religião e saúde andam juntas. Uma pesquisa em Saskatchewan, no Canadá, mostrou que renda e educação afetavam a saúde. Porém, era na velhice que a pobreza e a falta de educação faziam mais diferença. Ter amigos no trabalho e participar de atividades religiosas foram as outras variáveis que mais beneficiavam a saúde.

Entre idosos, a participação em clubes e atividades religiosas melhorava a saúde, mesmo controlando outros fatores.

A saúde mental também melhora com a religiosidade: num estudo de idosos com depressão, os intrinsecamente mais religiosos se recuperaram 70% mais rápido. A religiosidade era muito importante, mas a freqüência à igreja e aos templos não era. O que contava era sentir a religião.

Porém, há crenças que ajudam mais que outras — algumas podem prejudicar. No Centro Médico da Universidade de Duke, os pacientes foram separados em três grupos: os sem perspectiva religiosa, os com perspectivas negativas e os com perspectivas positivas (visão de Deus como benevolente, como amor, tentativa de participar do “plano de Deus”, buscando uma ligação com Deus e religiosos etc.).

Os que adotaram uma perspectiva positiva tiveram resultados muito melhores.

Um dos estudos mais impressionantes relacionou os níveis de IL-6, um citokino que é um mensageiro entre partes do sistema imune, alto nos idosos e nos que sofrem de doenças do sistema imune.

Controlando a idade, gênero, estado de saúde, os que iam freqüentemente à igreja tinham um risco de ter um alto nível de IL-6 que era 42% mais baixo. O sistema imune das pessoas religiosas é mais estável.

E a morte? É normal ter medo da morte, mas algumas pessoas ficam muito ansiosas com a morte e outras pouco. A religião ajuda a diminuir a ansiedade da morte: numa população de idosos incapacitados, quanto mais oração, menor era a ansiedade: 10% entre os que oravam e 24% entre os que não oravam.

Os religiosos vivem mais? Menos? H. G. Koenig estudou quatro mil idosos na Carolina do Norte, que foram acompanhados durante mais de seis anos.

O risco de morte entre os mais religiosos era 46% menor — o equivalente à diferença entre os que usam e os que não usam cinto de segurança em automóveis.

O efeito era mais pronunciado entre as mulheres. Os autores neutralizaram os fatores demográficos, de saúde e sociais.

Com esses controles, os religiosos tinham uma taxa de morte 35% mais baixa entre as mulheres e 17% entre os homens. Oman e Reed controlaram dados demográficos (idade, gênero etc.), o estado de saúde na origem, o funcionamento físico, hábitos sanitários, o capital social e o estado psicológico de dois mil idosos que residiam no Condado de Marin, na Califórnia.

Fizeram um acompanhamento de cinco anos. A taxa de mortalidade dos que participaram de missas, cultos, grupos de oração etc. foi mais baixa do que os demais (probabilidade relativa de 0,64, onde 1 significa que não há diferença).

Depois de ajustar os resultados por idade e gênero o risco subia um pouco, para 0,76. A atividade religiosa protegia mais as pessoas com mais apoio social.

A relação entre religiosidade e sobrevivência é forte e perde pouca intensidade quando controlamos outros fatores. Strawbridge acompanhou 5.286 residentes do Condado de Alameda durante 28 anos. Usaram regressões logísticas que mostraram as associações entre a participação religiosa e melhorias posteriores nos hábitos sanitários e nas relações interpessoais.

O impacto sobre a probabilidade relativa de morte era significativo: os religiosos viviam mais tempo e morriam menos — 36% menos.

As diferenças eram maiores entre as mulheres. O controle dos hábitos sanitários e das relações pessoais refinou os resultados, diminuindo o efeito “puro” da freqüência religiosa para 23%.

Parte dos efeitos da religião se deveu à melhoria dos hábitos: proporcionalmente, os “assíduos” deixaram de fumar mais, se exercitaram mais e permaneceram casados, três condições que protegem a saúde e a vida.

Assim, o efeito da participação religiosa sobre a mortalidade se deve, em parte, ao estilo de vida e a mecanismos internos. Não sei se a fé remove, mesmo, montanhas, mas há ampla evidência empírica mostrando que religião e fé ajudam a viver mais e melhor, e a morrer em paz.

ORAÇÃO DO IDOSO - Padre Eduardo Dougherty

Bem-Aventurados aqueles que compreendem meu passo vacilante e minha mão trêmula;

Bem-Aventurados os que percebem que meus ouvidos se esforçam para ouvir o que me dizem;

Bem-Aventurados os que percebem que meus olhos já estão nublados e já estão lentas as minhas reações;

Bem-Aventurados aqueles que desviam os olhos, fingindo não ver o café que derramei sobre a mesa;

Bem-Aventurados os que nunca dizem: você já me contou isto duas vezes; Bem-Aventurados os que sabem orientar a conversa e a lembrança para coisas do tempo passado;

Bem-Aventurados aqueles que fazem de mim um ser amado, respeitado e não abandonado;

Bem-Aventurados aqueles que compreendem o quanto me custa encontrar forças para levar a minha cruz;

Bem-Aventurados os que facilitam, com seu amor e boas maneiras, os dias que me restam a caminhar para a Casa do Pai.

Amém

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